Sonho!
AMO!
Sonho!
Sonho contra as muralhas
e espero que exterminem de mim
a mesquinha rosácea da guerra.
Sonho contra as muralhas
e destaco nas gotas de chuva
o suor da verdade aviltada na Terra.
Encorajo-me no que fui e sei o que sou,
neste sonho bonito e aguerrido,
que me retira o precipício da inércia.
Com faro animal busco na noite escura
o sabor do medo silente e quase morto
no ressonar dos excrementos humanos.
Transformo o corte ferino das espadas
em comida de beijo, quente e forte,
e sacio as bocas magras de horror.
Altero cada espaço macambúzio
em recinto majestoso de esperança,
onde as fugas desoladas farão ninho.
Subo aos céus e pelas estrelas trafego
a semear meus versos de amizade,
aos berros todos que se estupram na dor.
Filtro e infiltro no lombo das ventanias
este desejo de PAZ que me alucina
e suplico aos deuses que a esparjam no ar!
Com insistência.
Sonho!
AMO!
Sonho!
Cabo Frio, 23 de agosto de 2009 – 22h13