A PRESA E A VÍTIMA
Estátuas são como pequenas sombras, à
distância, no meio de um bosque ou vestindo casas,
molhadas por uma noite de chuva sem cessar.
E há verdete escorrendo no meio da escuridão.
E só as luzes fugazes de um candeeiro, incidindo
sobre o traço da pedra, mostram as mariposas
invadindo olhos vazios de anjos.
Tudo o mais é noite lúgubre, sons de animais
no restolho dos jardins, assumindo de seguida
um silêncio incólume, prontificando o salto final.
E de tanta chuva a terra tornou-se numa ratoeira.
Jorge Humberto
15/09/09