SERENA
Fátima Irene Pinto
 
Uma preguiça de existir,
Um querer só dormir,
Sem pesadelos mortais.
Um cansaço visceral,
Um quê de fatal adeus,
A todos estes restos meus.
Renascer em outra escala,
Sem tantas dores dorsais,
Sem distúrbios visuais,
Sem confusões auditivas,
Sem panes pineais.
Ascender de patamar,
Com asas ao invés de pés,
E por sagrada alquimia,
Uma alquímica estrutura,
Em material imperecível,
Ao invés do poroso pilar,
Que me verga dia-a-dia.
E dançar, voar, amar
Leve, livre, airosa, plena,
Cabelos como melenas,
Asas como falenas,
No corpo ressurecto
De nova criatura,
Finalmente
Serena!
 
 
Fátima Irene Pinto
Enviado por Fátima Irene Pinto em 27/08/2009
Reeditado em 29/08/2009
Código do texto: T1778012
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