AS MÃOS DO MEU PAI SAPATEIRO
Bravas mãos de ágil dever
Advinda pelos dias ao labor,
Destes toda uma vida a fazer,
Cumprir seu destino com louvor.
Bravas mãos de cores e cola
Onde montanhas de calos aflora,
Tens cheiro de couro de sola,
Do sapateiro que fostes, outrora.
Uma vida inteira a martelar,
Cada prego no sapato, um olhar…
Um olhar pra dentro, e pensar:
Ganhar a vida onde vão pisar.
E se pisa os pés sobre o calçado
Para a eles dar proteção,
Ironia do destino, a cada passo dado;
No sapateiro, mais um calo na mão!
Haromax
Meu pai foi sapateiro por 60 anos numa época que artesanalmente se produziam calçados
e não os descartavam, eram reformados.
Suas mãos tinham montanhas de calos impressionantes pelo martelar contínuo, anos a fio, uma vida.
A ele minha homenagem!