AS MÃOS DO MEU PAI SAPATEIRO

Bravas mãos de ágil dever

Advinda pelos dias ao labor,

Destes toda uma vida a fazer,

Cumprir seu destino com louvor.

 

Bravas mãos de cores e cola

Onde montanhas de calos aflora,

Tens cheiro de couro de sola,

Do sapateiro que fostes, outrora.

 

Uma vida inteira a martelar,

Cada prego no sapato, um olhar…

Um olhar pra dentro, e pensar:

Ganhar a vida onde vão pisar.

 

E se pisa os pés sobre o calçado

Para aos pés dar proteção,

Ironia do destino, a cada passo dado;

No sapateiro, mais um calo na mão!

 

Haromax

 

Meu pai foi sapateiro por 60 anos numa época que artesanalmente se produziam calçados

e não os descartavam, eram reformados.

Suas mãos tinham montanhas de calos impressionantes pelo martelar contínuo, anos a fio, uma vida.

A ele minha homenagem!

 

 

Haromax
Enviado por Haromax em 20/01/2024
Reeditado em 16/02/2024
Código do texto: T7980467
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