... e que as flores permaneçam acesas por todo o ano

“Onde mora a ternura,/ onde a chuva me alaga,/ onde a água mole perfura,/ dura pedra da mágoa,/ eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,/ eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora” (in Tempo Afora, canção de Fred Martins e Marcelo Diniz)

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... e que as mal-traçadas linhas expostas, trançadas, saídas desse novelo extenso, desse enredo, nesse ano todo, não tenham sido palavras jogadas fora, ao vento, do antes no agora.

... e que não tenham ficado mágoas, nódoas, que tenham sido águas fortes, que lavam e levam as pedras pro fundo, deixando à tona só o que for leve e solto.

... e que a marca que fique, se fincou, seja indelével como tatuagem secreta, querida, íntima e todas as rimas, todas as imagens, todas as viagens sejam mais que areia no deserto.

... e que sejam, sim, chuva que passa, mas que nos deixa mais rios, mais úmidos, fluídos, férteis, mais primavera em pleno verão.

... e que depois sejamos só flores brotando amarelas e vermelhas

já no dia primeiro dia de janeiro e permaneçam acesas por todo o ano