FLOR BALZAQUIANA
Não vejo em ti
a efígie de uma mulher
vestida de trinta
e outras mais primaveras!
Vislumbra-me as retinas,
o reflexo tatuado,
de uma joia-flor a colher.
Como diamante raro
- de luz translúcida -
lapidado pelo hábil
e velho mestre tempo,
desponta oh musa graciosa
dos talentos das bailarinas
primorosas da arte da vida!
Mas não é só a formosura
estética e fogosa
desse teu corpo delineado
esculpido rosa-flor-menina
a única venustidade
d'uma obra prima.
Sim! existe outra, viçosa,
que deveras me fascina
escondida por detrás
de uma tênue neblina:
a beleza metrificada
dos lírios de tua alma.