MEU VELHO

Quando via as mãos calejadas do meu pai

Dava-me um aperto no coração

Por saber que com suas dores e ais

Cuidava para a minha educação

Escolaridade, ele não tinha,

Mas tinha muita sabedoria

Que prendia a nossa atenção

Ao ouvir o que ele dizia

“Meu Velho,” era como eu o chamava,

Apesar da sua pouca idade

Ele até gostava, e não reclamava,

Nós éramos felizes de verdade

Não cursou nenhuma escola

Aprendia tudo sozinho

Teve várias profissões

Que executava com muito carinho

Trabalhou como ferroviário

Construindo as estradas dos trens

Foi “consertador” de rádios

Trabalhou como folheiro também

De tudo ele fez um pouco

Pra sustentar nossa família

E com isso perdeu sua saúde

Que diminuía a cada dia

E o “Meu Velho”, apesar de novo,

Deixou-nos aos 53 anos de idade

Encerrou sua história na terra

E deixou em nós a saudade

E fiz do seu espírito de luta

Um lema para vencer na vida

Amoldando a minha conduta

Para não ter oportunidade perdida

E hoje quando me lembro dele

Sinto orgulho de ter sido seu filho

Pelos valores que me transmitiu

Para que o trem nunca saísse dos trilhos.

Ilha Solteira/SP – 12/09/2020- 10h50

Tributo ao meu pai, Antonio Lopes de Oliveira.

Daniel L Oliveira
Enviado por Daniel L Oliveira em 12/09/2020
Código do texto: T7061241
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