DATAS DE JULHO

DATAS DE JULHO

Datas festivas são marcos,
Dos fatos contidos no tempo,
Que deixam as velas dos barcos,
Içadas de frente pro vento.

Pois não há mais calmarias,
Nesses tempos sangrentos,
Há sangue em todas baías,
Jorrados em tantos tormentos.

E assim são as datas,
Narrando um Dois de Julho,
Se na Bahia as fragatas,
Já ameaçaram o futuro.

E quando olhamos ao norte,
Perante as treze colônias,
Vimos o cheiro da morte,
Na guerra sem cerimônias.

Então eu mudo o olhar,
Vendo nas datas quem cresce,
Se câncer e julho são par,
No mês que César agradece.

Pois nele vejo um ventre,
Além de outras pessoas,
Como os amigos de sempre,
Que lotam a minha canoa.

Mas há tristeza também,
Se apagam a luz da verdade,
Embora as forças do bem,
Bastem pra ter liberdade.