Cappio e o Velho Chico

Eu vi um homem
em greve de fome
e sendo ridicularizado
A rima não intencional
até enfeita o poema
mas não a vida real

Essa, as vezes,
é meio que pedra,
abiótica...
Coisa de penar um bocado
A vida, as vezes, é sim
neurótica

Os outros homens,
os que riram...
são os que massacram o rio
os demais são
breu no brio
os que não
entendem nada
Todos esses já feriram
mas bebem da água

Vi esse homem,
de novo
fazer greve de fome
e ser abraçado pelo povo

Enquanto se ouvia
a risada de outros
que inferno são
Vi esse homem
que só,
era mais que multidão

Eu o vi gritando
suavemente por um rio
que entre seus desvios
tem arrancada sua garantia
Um rio já cansado
dos homens...
que riem
sem o motivo da alegria

Homem que tem causa
e não dá pausa
às idiotices do seu país
Rio que acaricia
tantos estados
e está nesse estado
de extinção

Rio tão bonito e tão rico
e vejam só, aflito
ainda é feliz...
Um rio de unificação
Um homem de fé na união
Um rio tão Francisco
quanto o homem é Luiz


29-12-2007
23h59min
e
22-02-2020
21h10min

Em apoio a luta de preservação do rio São Francisco e a atitude do Frei Luiz Cappio que se manifestou contra a transposição das águas do Velho Chico.
Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 22/02/2020
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