Mestre Moa do Katendê vive em nós
Eu sou Moa
Ele é Moa
Nós somos Moa
Vós sois Moa
Elas são Moa
Nos tornamos todos Moa
Na Bahia
Em São Paulo
Na Federação
Na Cidade Tiradentes
No Katendê afoxé Badauê
Será que vale a pena calar
Será que vale a pena dizer
Será que vale a pena matar
Será que vale a pena morrer
Por uma pátria que nos apunhala
Há séculos diariamente pelas costas
Nos bares praças ruas quebradas
Malungos que não temem moem
Ferros grades pedras pregos pragas
Sangue na terra é fruto plantado
No solo das consciências libertárias
Feito Zumbi em zumbido continuo
Feito Dandara odara Oyá guerreira
Segura esse nêgo
Esse nêgo é o cão
Segura essa nêga
Esse nêga é o cão
Segura esse nêgo
Esse nêgo é o cão
Segura essa nêga
Esse nêga é o cão
Enfrenta sinhô
Enfrenta feitor
Enfrenta capitão do mato
Pra senzalas voltam mais não
“Cada negro que for mais um negro virá”
Cada negra que for outra negra continuará
Eu sou Moa
Ele é Moa
Nós somos Moa
Vós sois Moa
Elas são Moa
Nos tornamos todos Moa
Em marcha marca Amílcar, Deolinda,
Martin, Gandhi, Malcon, Lumumba, Marielle...
Segura esse nêgo
Esse nêgo é o cão
Segura essa nêga
Esse nêga é o cão
Segura esse nêgo
Esse nêgo é o cão
Segura essa nêga
Esse nêga é o cão
Na roda de capoeira
Todo ser é cidadão
Na roda de capoeira
Quem cai levanta do chão
Na roda de capoeira
Irmão não mata irmão
“Cada negro que for mais um negro virá”
Cada negra que for outra negra continuará
Paranauê salve Moa do Katendê
Paranauê somos Moa do Katendê
Paranauê salve Moa do Katendê
Paranauê somos Moa do Katendê
Oubí Inaê Kibuko, Cidade Tiradentes, 11/10/2018