Fátima
Meu português descuidado, gris, carente
não encaixa rima nem a métrica necessária
para descrever tudo que se sente
de forma culta, inteligente, filosófica, hilária,
sobre você.
E isto é uma lástima
pois mesmo sem dom e fino champagne
mas com lápis em riste e papel em punho
queria desenhar uma Fátima.
Uma Fátima tímida para os íntimos.
Mas ela é pública e para todos.
Uma Fátima serena de atos ínfimos.
Mas ela é ácida e de mil modos.
Mas se a verve falhou em mim, preterivelmente.
Com raça e desprovida técnica, rastejei-me,
até aos umbrais da poesia
aglutinando fonemas e concatenando a mente.
E enfim, meus olhos juvenis,
vislumbraram a noite clarear o dia.
E com champanhe em mãos e o dom
mesmo sem lápis, nem papel,
cantarolar “ FÁTIMA “
dentro ou fora do tom
será sempre especial,
como arco-íris desenhado no azul do céu.
Poema encomendado por um amigo e dedicado à sua esposa.