ORAÇÃO AO OUTRO GUERREIRO
ORAÇÃO AO OUTRO GUERREIRO 111.998
Jamais coube nesta máquina maquinista
Oprimido, bravo por ver seu companheiro
Superar as densas curvas sem ver primeiro,
Estribado, quão longe a estação final dista.
As linhas conhece, sabe que são sinuosas.
Nota os faróis, às vezes verdes, mais vermelhos
Traduzirem-se em reflexos de ingratitudes
Orquestradores de inauditas atitudes.
Não teme a luta nem o tempo, estima as rosas.
Indômito, lê notícias em livros velhos
Onde e por onde se edificam suas virtudes.
Atônito, reporta-se ao livro de bordo,
Lança o que enxerga, sente, sem escrita falsa.
Batem-lhe no rosto ventos gélidos, térreos,
Impiedosos, estranhos a entrarem a bordo.
Nunca nega força a quem tomba, solene, alça
Orvalhos que marejam olhos tristes, férreos...
Sorocaba, nove de fevereiro de 2017 Tito Vernaglia