Tão Tom

Um gato é

Mais que isso.

Tão cheio de si,

Com aquele ar,

Arrogante e

Feliz.

Olhos de coruja,

Amarelos feito brasas

Acesas e vivas,

Quem encara até assusta.

No susto do surto noturno,

Seu pelo cinza é um manto,

De uma realeza felina,

Que salta em pequenos sustos.

Tom é tão Tom,

Que se define por si.

A cara emburrada,

De que não está nem aí,

Num subjetivismo gatil,

Que esnoba o humano vil.

Até mesmo na tosa,

Com seu rabo de leão,

Capenga em glosa,

Resistente aos que chamam.

A fonte da pia do banheiro,

Goteja enquanto bebe,

Sem pressa nenhuma,

Os outros que o esperem.

Quase não mia,

Já que o gesto predomina,

Mas na vacina até grita,

Pra mostrar como indigna.

Enrolado nos lençóis de seda,

Entendido só por outros felin[t]os,

Dá de ombros e deita,

Não se move e exige respeito.

Tom é tão...

Que se fosse tanto,

Ainda não diria quanto,

De tão Tom que ele é...

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 26/05/2016
Código do texto: T5647871
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