Tão Tom
Um gato é
Mais que isso.
Tão cheio de si,
Com aquele ar,
Arrogante e
Feliz.
Olhos de coruja,
Amarelos feito brasas
Acesas e vivas,
Quem encara até assusta.
No susto do surto noturno,
Seu pelo cinza é um manto,
De uma realeza felina,
Que salta em pequenos sustos.
Tom é tão Tom,
Que se define por si.
A cara emburrada,
De que não está nem aí,
Num subjetivismo gatil,
Que esnoba o humano vil.
Até mesmo na tosa,
Com seu rabo de leão,
Capenga em glosa,
Resistente aos que chamam.
A fonte da pia do banheiro,
Goteja enquanto bebe,
Sem pressa nenhuma,
Os outros que o esperem.
Quase não mia,
Já que o gesto predomina,
Mas na vacina até grita,
Pra mostrar como indigna.
Enrolado nos lençóis de seda,
Entendido só por outros felin[t]os,
Dá de ombros e deita,
Não se move e exige respeito.
Tom é tão...
Que se fosse tanto,
Ainda não diria quanto,
De tão Tom que ele é...