“A FORÇA DA MULHER” (*)
“Toda mulher já nasce sabendo que um dia, algum dia,
com certeza, terá um homem para chamar de seu.
Literalmente, seu.
Todo homem já nasce para cumprir esse papel, de
escravo e submisso, por mais que publicamente seja
poderoso ou machista, dentro de casa será fatalmente
dominado por uma mulher, que será a dona de seu
destino, a partir de então”.
(*) O artigo da Lya Luft ("Jogos da Vida"), que há pouco divulgamos aqui, remeteu minha lembrança à afirmação supra, que me fora atirada a queima-roupa (num contexto muito mais amplo – dentro de uma de nossas homéricas discussões “filosóficas” num Congresso na Usp, que contava, dentre outras figuras importantes, com Jean Paul Satre, numa de suas derradeiras palestras), com um então carregadíssimo sotaque francês, pela minha saudosa amiga BEAtrice (falecida em 19.09.99, num acidente automobilístico dentro do túnel da Ponte de l'Alma, em Paris, onde, dois anos antes – agosto de 97 -, falecera Diana, a Princesa de Gales), minha eterna gurua.
À época a frase me soou de um feminismo exacerbado, fora de tempo e de propósito para a ocasião (de conhecimento mútuo e insegurança tateando em busca de portos-seguros), obstando-me de compreender a extensão e a profundidade de sua melhor acepção.
Mas, o rolar do tempo – sempre ele, o domador de egos e soberbas – (conhecendo melhor a sua autora e sua intelectualidade genuína, acima de disputas sexistas, com argumentos poderosamente esculpidos num racionalismo anti-Freudiano e lapidados em exaustivos debates acadêmicos) veio-me demonstrar a veracidade e a sabedoria encerradas naquela frase.
Verdade testemunhada pelas biografias das grandes figuras: a Lya, como sempre, está certa (e como disse Oscar Wilde: “O Homem pode até mandar no mundo... mas é a mulher que manda nele”).