LIÇÃO DA VELHA ÁRVORE

(Para Miecio Tavares)

... Novamente chegou outono,

e o céu, pintado de escuridão

tingiu as estrelas de saudades,

vestiu o trovador com finos trajes

de linho nas cores de seu torrão!

Singrando os rios do passado

em seu pequeno barco branco,

retornou ao jardim de sua memória

e, do porto, reviu toda sua história

bem de fronte ao velho “barranco”.

Lá, a sábia árvore, mestra do tempo,

guardiã do oráculo, e da bela tarde,

ensinou-lhe lições do "velho paraíso"

que o rio-mar tragou com o doce riso

de seus banzeiro que queimam e arde.

Disse-lhe ainda, ao bardo aprendiz:

É no desfolhar, doce-amargo

dos rudes galhos amarelados da vida

que a preciosa lembrança perdida

revela-se ao interpretes do dito fado.

É nos versos das folhas soltas

que voam feito panapaná de borboletas,

em metamorfoses embevecidas,

que as duras saudades envelhecidas

de tua Fonte Boa, dão vida aos poetas!

Manaus (AM), sexta feira, 03/10/2014.

Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 16/10/2014
Reeditado em 29/01/2015
Código do texto: T5001819
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