VERMELHO SANGUE
“Dedicado aos familiares e amigos
das vítimas de acidentes de trânsito”.
Ninguém usava o cinto,
diziam os parentes emocionados
entre os caixões fechados.
Vermelho o sangue.
Vermelho o farol.
A criança no banco da frente
apreciando as luzes na calçada,
hoje alienada, pois, o para-brisa
parou-lhe o cérebro.
A jovem com sorte faz planos
pro futuro. Viva, mas já não pode
andar. Flutua adolescente por aí,
em sua cadeira de rodas.
Eu? Por mim tive que escolher
entre desligar o telefone ou
a tomada da alma.
Desliguei o telefone.
Post Scriptum: Vida Verde!
05/02/2014