Cais de Vinicius (Homenagem ao poetinha)
Enfim acordei! Sonhei: de súbito me pus a gritar
Debruçado ao parapeito sôfrego dum cais
Tão noturno, tão soturno como nenhum mais
Quisera lá eu em contemplação ficar
Mais tinha dono, deveras noturno demais
Morada dos vadios alimentando seus Vinicius
Onde Moraes vós sem virtude tão solícito
Poeta morto mais vivente que o cais
Então de súbito, ouvi que um peito ressoava
Recitava, “de repente, não mais que de repente”
Expressando todo AMOR que, sei, deveras sente
Mais eu ainda dormia, vê só, eu ainda sonhava
Carlos Roberto Felix Viana