MANTO DE BRUMAS

Para Luiz Bacellar

Introitus

O poeta, coberto de flores

em seu derradeiro suspiro,

ascendeu – em luz intensa –

para tornar-se estrela guia:

Sonet

Uniu-se à velha constelação

Dos bardos reis, navegantes

Timoneiros da grande arte

Das rimas, notas e métricas.

Vestindo manto de brumas,

chega – florido e cintilante –

para tomar posse, o imortal,

em seu reinado de encantos.

Entre os “rondeis de frutas”,

pétalas de flores, cânticos,

haicais e outros (di)versos,

Recai a velha pena de tinta

no mosaico lírico que pinta

o florilégio de seus versos!

# Em 09/09/2012, o Poeta amazonense Luiz Bacellar, considerado pela crítica nacional como um dos mais expressivos poetas da literatura brasileira, atravessou, em canoa florida, o grande Rio da Vida! Partiu em um domingo de primavera para habitar a Casa Celestial junto a Deus Pai Criador! Não morreu, até porque, acreditamos no que diz Cora Coralina, "não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos..."

Luiz Bacellar apenas ascendeu a luz. Voltou a se tornar o que sempre foi: uma estrela de primeira grandeza!

Em sua homenagem, antes do rito final da despedida, um grupo de amigos, poetas, professores e admiradores, o fizeram, homenagem de despedida, um Sarau de lembranças e saudades acerca de sua história e memória. Manto de Brumas, foi escrito neste dia sob a sombra do sentimento de saudades...

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Eylan Lins
Enviado por Eylan Lins em 04/02/2013
Reeditado em 17/11/2021
Código do texto: T4122646
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