CERRADO

 
Tua morte é anunciada
Como se em abatedouro estivesse
Tuas terras são fatiadas
Como se a ninguém pertencesse.
 
Tua predominância perde foco
A invasão não tem controle
Parece que só têm loucos
Explorando tuas savanas e vales.
 
Cerrado de riqueza extrema
Queimas em brasas cruas
Fogem de ti as seriemas
Invadindo casas e ruas.
 
Quem pode evitar esta devastação
O criador da terra e dos céus
Ou uma emenda à constituição
Sem prevê teu bioma como réu.
 
Cada dia uma nova ameaça
Hoje pequenas hidrelétricas
Ontem os homens na caça
Sem trégua, sem réplicas.
 
Cadê o urutau
Onde foi o quero-quero
Sumiu o pica-pau
Ninguém mais vê o catingueiro.
 
O cerrado sem defesa sucumbiu
A ganância do homem o cercou
E com foice e machado destruiu
Com apoio de deputado e governador.
 
Os arames farpados encurralaram a fauna
Cruzaram com cortes em sangue vivo a flora
Com gula de monstros secam as águas
Sem prever o impacto, agora choram.
 
Quero meu cerrado lenhoso
Meu lindo ipê-amarelo
Meu caititu tinhoso
Meu Brasil, azul, branco, verde e amarelo.
 
 
 
Em homenagem ao dia do cerrado. (Leo Bargom)
http://www2.correiobraziliense.com.br/sersustentavel/?p=6241

Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 21/08/2012
Reeditado em 22/09/2012
Código do texto: T3842525
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