Ela, a inevitável
Senhora das minhas dúvidas,
És fim, começo ou passagem?
És hora dormente ou lúcida?
Silêncio eterno ou viagem?
Dos que vêem quando tu chegas
E ficam olhando levares
Suas vozes, gestos, olhos, metas,
Levas presença, deixas saudades.
Senhora envolta em mistérios,
Qual teu destino? Qual tua morada?
Sei que aqui é no cemitério,
Mas além desse mundo, onde fica tua casa?
Tuas formas de encontrar organismos
São várias, confusas, profundas, diferentes,
A alguns causa dores, quando mandas aviso,
Para outros, tranqüilos, fazes visita de repente.
Senhora enigmática e estranha,
De teus braços nunca ninguém retornou,
Será por serem macios e de comodidade tamanha?
Será por serem firmes e fortes, ninguém escapou?
Agosto/ 1998