Ela, a inevitável

Senhora das minhas dúvidas,

És fim, começo ou passagem?

És hora dormente ou lúcida?

Silêncio eterno ou viagem?

Dos que vêem quando tu chegas

E ficam olhando levares

Suas vozes, gestos, olhos, metas,

Levas presença, deixas saudades.

Senhora envolta em mistérios,

Qual teu destino? Qual tua morada?

Sei que aqui é no cemitério,

Mas além desse mundo, onde fica tua casa?

Tuas formas de encontrar organismos

São várias, confusas, profundas, diferentes,

A alguns causa dores, quando mandas aviso,

Para outros, tranqüilos, fazes visita de repente.

Senhora enigmática e estranha,

De teus braços nunca ninguém retornou,

Será por serem macios e de comodidade tamanha?

Será por serem firmes e fortes, ninguém escapou?

Agosto/ 1998

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 29/11/2011
Reeditado em 29/11/2011
Código do texto: T3362547