Meus pais
Dois vultos ligeiramente serenos
Dois anjos rapidamente nobres
Dois artesãos prazerosamente amenos
Dois arquitetos arquitetonicamente fortes
Operários em obra de agregada singeleza
Cujo fruto é concebido da loucura a lucidez
Do ébrio mais sóbrio do pobre mais burguês
A ostentação do obreiro por quem herda boniteza
Dois anjos abarrotados de candura
Duas sentinelas, nos escudos tua prole é o brasão
Contemplando e velando tua viva criatura
Embevecidos pela graça da grandiosa criação
Aqueles dois, por qual majestosa vida descendo
Quais compram guerra para nutrir minha paz
Aqueles que por vezes não compreendo
Os que mais me amam, os que são meus pais.
Carlos Roberto Felix Viana