POR TIRAR E POR POR . . .

POR TIRAR E POR POR . . .

Para compor um poema ao verbo por

é preciso supor ser possível dispor

de profundas pausas para se recompor

do prévio problema de poder impor

rítmo progressivo que - é de se pressupor -

provoque pouca fadiga ao se justapor

prefixos próprios, para antes expor

e depois repor a energia, o vigor

latente nas três letras, sem depor

contra a natureza nítida do dever de propor

soluções saudáveis - sem lhes contrapor

argumentos argutos, impróprios para apor

o signo singelo, rápido e hábil, a se superpor

à evidência eminente: saber opor

para não se sobpor - isto não vai descompor

a virtude vibrante de querer antepor

anteparos às palavras, plenas de vapor,

exaladas de mentes aptas a não tirar e nem por...

(Isto posto, está composto o que foi proposto!,

sendo de resto, um manifesto honesto e disposto

a enfrentar as lentes de cada vão complexo oposto!,

feito, desfeito, imperfeito, refeito mas sobreposto! ...)

... reto e prismático, o poliedro, decompondo o por,

transpondo os escombros, predispondo-se a interpor

pólos potenciais para com nenhum espaço se indispor,

termina tirando e pondo ... onde algo há p'ra por! ...

Tito Vernaglia, em Sorocaba, aos quatro dias de junho, dois mil e onze.