BRAUNA
À beira da estrada
Esperando os viajantes
A grande árvore cedia
Seus galhos abundantes.
Os pássaros faziam seus ninhos,
Suas sombras acolhiam corpos cansados
Passava boi,
Passava gente,
Por toda a estrada.
Passava a noite escura, o sol,
Toda tarde ouvia-se o canto do rouxinol.
Quantos ali descansavam,
Vaqueiros,
Beatos,
Cangaceiros do sertão,
Mendigos sem rumo, sem casa
E loucos sem perdão.
A noite anunciava a grande chuva,
Pela manhã o sol brilhava,
Podia vir o vento forte
A grande braúna suportava.
Protegia e acolhia sem nada cobrar,
Contentava-se apenas com o canto do sabiá,
Do galo de campina,
Do azulão,
Do canário brigador,
Do vaqueiro da caatinga
Que de verso e prosa protestava seu amor.