Independência
de Edson Gonçalves Ferreira
para Lucia Maria Fonseca Rodrigues
Que independência proclamamos tanto
A pergunta não cala
Enquanto as marias e os josés morrem em filas
Enquanto nossos filhos nem segurança têm
Enquanto no Planalto plainam baixo, muito baixo
Não representam de forma alguma os anseios do nosso povo
Deitam apenas no "solo esplêndido"
E "à luz do sol profundo", brincam no poder
Enquanto esquecemo-nos de "conquistar com o braço forte"
O sonho esplêndido esquecido no grito distante
O que deveria ser nosso
Uma aposentadoria justa
Um salário condigno
Saúde, Educação e Moradia....
Que independência proclamamos ou comemoramos
A pergunta não cala
Brasil, ó Brasil, "um filho seu não devia fugir à luta"
Quantos morreram por esse ideal
Quantos morrem todos os dias no anonimato
Enquanto a mídia poderosa compactua
Com o amarelo rico que ornamenta a nossa bandeira
Onde, agora, o verde da esperança empalidece
Tal como seu povo, ó Brasil, atacado pela gripe
Esperando atendimento em filas
Em longas e incansáveis filas!
Divinópolis, 04.09.09
Edson querido, compartilho seu lindo poema com cada brasileiro como um lenitivo para a dor que nos assola. Obrigada e fique com meu abraço. Fernanda