ATÉ JÁ RAUL…

Traiu-te o coração Raul, nessa cama

inóspita e fria, de um hospital.

Partiste com a madrugada, pois a ninguém

quiseste incomodar e teu último sorriso,

largo esgar em teus lábios, deixaste-o à morte

e rogaste a Deus por ti, tua filha e neta,

num agradecimento todo especial

e pleno de humildade para com o teu púbico.

A todos lembras, como eram cândidos os

teus olhos e teu sorriso esboçando,

assim permanecia, dia e noite, apesar de

todo o cansaço, que teu trabalho exigia e

no qual entravas por mero prazer, no

fazer bem, ensinando a quem te quisesse

ouvir, nessa sábia concordância, entre

a vida e a arte, pela qual sempre te

esmeravas e altruísta, aos outros deixavas.

Foste maior de que todos os homens;

porque, em ti, modestamente, nunca

te negaste nem ao dom, que contigo nasceu.

E sabendo, quem eras e ao que vinhas, nunca

envaideceste, pois que te sentias uma pessoa

simples, no exercício de seu trabalho ou

no convívio com seus amigos e família.

Percorreste todas as variantes enquanto

actor. Do teatro à televisão, e, havia uma

tal química, entre ti e o espectador, qual

gesto já não nos punha a rir a plenos pulmões?

Jamais te esqueceremos, meu querido amigo,

Raul Solnado, artista de fino trato e connosco,

vida fora levaremos, teu belo pensamento:

Ah, e façam-me o favor, de serem felizes!

Jorge Humberto

09/08/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 10/08/2009
Código do texto: T1746696
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