AQUARIUS

AQUARIUS

A circunspecta figura

Olhava a sala extravagante

De sabores e cheiros

Onde a perene textura

Em Pedra flamejante

Se enchia em campos de celeiros!

Num qualquer cadeirão

O Homem pensava, distante!

Talvez fossem pétalas,

Folhas caídas, ilusões

Inspirações!

Tinha um olhar semelhante

Aos olhares da cotovia,

Da Lua, de Marte…da melancolia!

Apontava o longe e o perto,

O oásis e o deserto,

O caos e o poema!

Num canto, três mulheres,

Apenas mulheres

Beijavam a brisa branca,

Pétrea, marmórea, franca

De um qualquer Tomás escultor,

Aureante de vida, de amor

Naquele salão com cadeirão!

Pintalgadas, as paredes mudas

Outrora frias e surdas,

Brotavam jarros e cravos

Sobre a luz da candeia

Semi-acesa, meia-meia

De uma luz doce e calma

Como são os sorrisos das crianças!

Naquele salão havia gente,

Tão pretende, tão ausente,

Olhando aquele Homem sonhador

Onde, na arte, via amor

De Universos sacrários

Onde o Sol se põe e a Lua nasce

Sobre um manto de cetim

Da constelação de Aquarius!

(A Jorge Silva, que respira arte e simplicidade)

José Domingos

Jose Domingos
Enviado por Jose Domingos em 28/12/2008
Código do texto: T1356419
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