O que eu não quero esquecer

Como pude eu nunca

Ter decorado

A ordem das suas pintas?

Ou te falado

O quão lindo você fica

Quando tira os óculos?

Ou não ter comentado

Bem, tão bem,

Do seu cabelo quando curto?

O entorpecimento da carne

Fez-me

Esquecer.

Tinha me esquecido já,

O quanto me sinto bem

Quando nossos corpos se encaixam

Perfeitamente num abraço.

Tinha feito minha cabeça

Não mais lembrar

Com tantas coisas na cabeça,

Dispensáveis.

O quanto é engraçado a forma

De como nossos lábios nasceram...

Uns para os outros

Já havia me embriagado

Com a minha ilusão,

E esqueci também.

De como é bom

Te alcançar

Apenas levantando os pés.

Confie em mim.

Eu sou maluquinha,

Mas sei que tudo vai dar certo.

Mesmo por linhas erradas.

É certo, mesmo para um ateu,

Que deus escreve certo por linhas tortas.

Porque se até o mundo dá voltas,

Quem somos nós

Para ousar andarmos em linha reta?

Ponha suas mãos nas minhas mãos

E venha comigo na busca do caminho.

Um fim para isso tudo.

Só confie em mim.

É só o que peço.

E faça o que quiser fazer,

Pois é da sua excentricidade

Que estou a caminho,

Procurando a minha.

Sempre ao seu lado.

Por mais que eu diga e repita

Que sou livre pra escolher...

Sempre estarei presa à condição de que

Escolherei por você. Gosto

Quando você me prende sem querer me prender.

Portanto não queira me prender com você,

Deixe que eu me encarrego disso,

É sozinha que me encontro com você.

Principalmente agora,

Que minhas palavras cortam tanto,

Que magoam tanto.

Eu vou falar só o que quero,

Sem agradar, mas vai ver

Como será melhor. Eu ainda vejo nosso futuro.

Só não quero que saiba disso.

Não estou brincando de esconde-esconde

Estou brincando de procurar meu amadurecimento.

Sabrina Vieira
Enviado por Sabrina Vieira em 13/09/2008
Reeditado em 09/10/2012
Código do texto: T1176400
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