PÓDIUM DA ETERNIDADE

Se o carro corre veloz,

Mais veloz correu a vida

Deixando o corpo sem saída

E o sangue parado nas veias...

É o preço que se paga

Pela ganância e eloquência

De quem não mede consequência

Arriscando(*) vidas alheias!

O Brasil ficou de luto

E o mundo inteiro chorou;

Seu carro parou na pista,

Mas até onde alcança a vista

O resto do mundo parou...

Foi rápido como um relâmpago

E das estrelas nos acena;

Subiu ao pódium mais alto,

Ninguém alcança Ayrton Senna!

(*) Ayrton alertou os responsáveis sobre o perigo daquela curva e a necessidade de uma caixa de brita no local. Não foi ouvido pelos organizadores e não deu ouvidos também, de forma categórica, à sua própria voz interior. Ameaçou não correr naquele dia (01/05/1994), mas cedeu à pressão dos patrocinadores e à própria vontade de participar. Correu pela pista e voou pelo túnel da eternidade. Cumpriu sua missão!

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 28/02/2006
Reeditado em 18/11/2011
Código do texto: T117092
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