PÓDIUM DA ETERNIDADE
Se o carro corre veloz,
Mais veloz correu a vida
Deixando o corpo sem saída
E o sangue parado nas veias...
É o preço que se paga
Pela ganância e eloquência
De quem não mede consequência
Arriscando(*) vidas alheias!
O Brasil ficou de luto
E o mundo inteiro chorou;
Seu carro parou na pista,
Mas até onde alcança a vista
O resto do mundo parou...
Foi rápido como um relâmpago
E das estrelas nos acena;
Subiu ao pódium mais alto,
Ninguém alcança Ayrton Senna!
(*) Ayrton alertou os responsáveis sobre o perigo daquela curva e a necessidade de uma caixa de brita no local. Não foi ouvido pelos organizadores e não deu ouvidos também, de forma categórica, à sua própria voz interior. Ameaçou não correr naquele dia (01/05/1994), mas cedeu à pressão dos patrocinadores e à própria vontade de participar. Correu pela pista e voou pelo túnel da eternidade. Cumpriu sua missão!