ALVAREZ DE AZEVEDO

O poeta espreitou a morte.

Dela se fez sentinela,

Espiou seu semblante

E se sentiu nela...

Carregou à pena,

Carregada de tinta,

E exercitou sem pena

Seu mórbido poema...

Vestiu sua musa

De inalcançáveis vestes,

Mas decifrou sob a blusa

Flores para o seu agreste.

Fez da vida seu aviso prévio

Ante a morte sem aviso.

Cantou o verme, o fel , o vil...

Mas o sonho... lhe foi mais preciso.