PERDÃO
Bem sei que isto não é nada,
Mas quem dera a alma que seja
O que isto é, como uma estrada.
Talvez eu fosse feliz !
Nesta grande caminhada...
Se houvesse em mim o perdão !
Do que isto quase que diz.
Porque o esforço é em vão,
A verdade, quem a diz?
Escuta só meu coração.
Minhas mesmas emoções
São coisas que me acontecem.
Consegue que eu não seja triste.
Que bom o meu coração é alegre...
Ter este bem que não existe!
Recolho a não ouvir ninguém,
Não sofro o insulto de um carinho
E falo alto sem que haja alguém:
Nascem os versos do caminho.
Na noite que me desconhece
O luar vago, transparece
Da lua ainda por haver.
Sonhos. Não sei o que me esquece,
Nem sei o que prefiro ser.
Hora intermedia entre o que passa,
Que névoa incógnita esvoaça ,
Entre o que sinto e o que sou?
A brisa alheia me abraça.
Durmo. Não sei onde estou...
Dói-me tudo por não ser nada.
Da grande noite. embainhada
Ninguém tira a conclusão.
Coração, queres?
Antes só tinhas, coração.
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade e nada se dizer
E tudo se entender -
Tudo metade
De sentir e de se valer...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que não foi em vão
Toda esta viagem
Até onde quiz
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz !
Não digas nada.
Não quero rosas, desde que haja rosas.
Que hei-de fazer das coisas ?
Que qualquer mão possa colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro o azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que ainda eu não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Pela imensa constelação
Do céu dobrado e profundo,
Os meus pensamentos se vão
Buscando sentir noutro mundo.
Mas perdem-se como uma onda
No sentimento a vagar,
O que o pensamento não vale
Que importa? Tantos pensaram...
Como eu penso e pensarei.
O abismo é o muro que tenho,
Ser eu, não tenho um tamanho...
Ser alguém um tamanho tem?
Bem sei que isto não é nada,
Mas quem dera a alma que seja
O que isto é, como uma estrada.
Talvez eu fosse feliz !
Nesta grande caminhada...
Se houvesse em mim o perdão !
Do que isto quase que diz.
Porque o esforço é em vão,
A verdade, quem a diz?
Escuta só meu coração.
Minhas mesmas emoções
São coisas que me acontecem.
Consegue que eu não seja triste.
Que bom o meu coração é alegre...
Ter este bem que não existe!
Recolho a não ouvir ninguém,
Não sofro o insulto de um carinho
E falo alto sem que haja alguém:
Nascem os versos do caminho.
Na noite que me desconhece
O luar vago, transparece
Da lua ainda por haver.
Sonhos. Não sei o que me esquece,
Nem sei o que prefiro ser.
Hora intermedia entre o que passa,
Que névoa incógnita esvoaça ,
Entre o que sinto e o que sou?
A brisa alheia me abraça.
Durmo. Não sei onde estou...
Dói-me tudo por não ser nada.
Da grande noite. embainhada
Ninguém tira a conclusão.
Coração, queres?
Antes só tinhas, coração.
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade e nada se dizer
E tudo se entender -
Tudo metade
De sentir e de se valer...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que não foi em vão
Toda esta viagem
Até onde quiz
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz !
Não digas nada.
Não quero rosas, desde que haja rosas.
Que hei-de fazer das coisas ?
Que qualquer mão possa colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro o azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que ainda eu não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Pela imensa constelação
Do céu dobrado e profundo,
Os meus pensamentos se vão
Buscando sentir noutro mundo.
Mas perdem-se como uma onda
No sentimento a vagar,
O que o pensamento não vale
Que importa? Tantos pensaram...
Como eu penso e pensarei.
O abismo é o muro que tenho,
Ser eu, não tenho um tamanho...
Ser alguém um tamanho tem?