Perfil
Vera Fracaroli, artista plástica e escritora, sensível, observam os detalhes da vida, revelando-os em telas e textos, que refletem olhos de percepção. Pura - a alma da artista volta-se para os sentimentos de amor, romantismo, sofrimentos existenciais e humanismo.
Sua obra, vibrante, cores fortes e texturas marcantes, têm como foco principal a natureza. Vera Fracaroli tem alma em flor, é simultaneamente de todas as cores, um arco-íris andante, um ser passante e pensante, que vibra a cada instante quando um dia se reinicia.
É ao mesmo tempo contemporânea e barroca, linear, na explicitação poética, transita entre Polyana Moça, Pequeno Príncipe e dramas imortais da década de 50, onde grandes atores e atrizes encenavam o êxtase do amor proibido ou sofrido, apaixonado e resignado, destemido e tantas vezes renunciado. Navega entre E O Vento Levou a Girassóis da Rússia, passando por Dr. Givago e o Último Tango em Paris. Grandes amores associados a grandes dores e romances implacáveis.
E de repente, essa moça eternizada, nos surpreende escrevendo. Troca noite pelo dia e escolheu a palavra como companhia. Poucos compreenderam tamanha alegria: passar para o papel, aquilo que estava no céu do seu interior. Com todo rigor e vigor, tudo teve menos importância naquela hora, posto que o período de gestação desse lugar ao nascimento - escritores são assim mesmo: parem desmedidamente, obedecendo apenas ao comando da criação. O mais - fica de lado, embalado e guardado, jamais esquecido.
E ao lançamento confraternizado, volta à autora ao seio amado, da calma, da entre safra, da família, dos recantos, até a próxima obra concebida...
Deve então, ser acalentada e protegida, pois, logo, logo, será surpreendida por nova avalanche de idéias que não cessa.
Esta obra é a primeira de uma série, que já vem mínima e cuidadosamente sendo elaborada, porque VERA FRACAROLI, é brasileira e não desiste nunca. Como o tempo, sua criatividade não pára.
A vida é a arte do encontro. Encontro de almas, encontro de pessoas que são "gente", encontro de sensibilidades onde o dito muitas vezes é dispensável...Por tudo isso, costumo parafrasear Clarice Lispector, quando diz, que para se dizer alguma coisa é preciso pescar a não palavra. É uma pesca milagrosa, onde fundem-se todas as expressões da arte. Entre o dito e o não dito, fico às vezes com a palavra escrita, outras vezes com a palavra pintada, esculpida, somada... Pá - lavra todas as expressões da natureza, indo do micro ao macro cosmos existencial. Disso é feito a vida: silêncio fala, palavra muda, a vida gira... e a pausa? A pausa faz parte da música, quiçá, dá à ela todo o sentido e harmonia. O segredo é cavar profundamente a verdade de ser feliz!