Sonho
Sonho és para mim uma tortura
Como um véu negro vem a tapar-me a visão
Transporta minha alma a vil tortura
Ou quando não a mais cruel solidão
Através de ti, oh sonho, do além muito vejo
E muito vendo, de lá nada posso contar
Ouço vozes, risos, rostos dos quais tenho desejo
De quando acordar ter a ventura de lembrar
Muitas noites levas-me a lugares distantes
Lugares que por mim parecem já percorridos
Faze-me ver sombras, caminhando estavante
Sonho cruel,pois não sou socorrida
Docê cigano que me embriaga
Ao seu toque,estremece meu coração
Nas noites frias onde a Lua impera
Te espera minha alma em oração
Sou submiça aos teus desejos
Não me atrevo a dizer não
Respeito sim a minha raça
Que desiguinou um Handú pro meu coração
E nas noites tranquilas e silênciosas
Quando todos dormem o sono calmo e sereno
Sinto-me transportar para a vida mistériosa
Que vem fazer desta terra um planeta pequeno
Jade Camargo