Devaneios
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar para ele,
Mas não sabe o que falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que irá dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ele adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar que bastasse
Para saber que o estão a amar!
Mas quem sente muito se cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma
sem fala,
Fica com a alma doente,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar,
Pois já não estou a pensar...
neste meu devanear!
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar para ele,
Mas não sabe o que falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que irá dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ele adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar que bastasse
Para saber que o estão a amar!
Mas quem sente muito se cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma
sem fala,
Fica com a alma doente,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar,
Pois já não estou a pensar...
neste meu devanear!