- NO RUBOR DA ALVORADA -

Quando a madrugada

se faz, assim, silêncio;

quando, nem das aves noturnas

se consegue ouvir

o grasnar ou o pio,

quando o frio

nos entra pela alma

trespassando os limites do corpo;

E mesmo os salteadores da noite

recolhem-se tristes

aos seus covis;

É nessa hora perdida

que nos vem visitar a solidão,

nos tirando do corpo a passear,

insistindo em nos encontrar,

meio sem querer,

meio à contra-gosto,

num sentimento de torpor

que é de tudo oposto

ao que desejo viver.

É quando,

como as aves noturnas,

silencio;

E nem o mais alto rumor

me retira desse estado,

em que aflito,

teu nome balbucio,

pensando divisar o teu sorriso

no primeiro rubor da alvorada.

- por JL Santos, em 31/07/2007 -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 16/04/2008
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