QUANDO DOI UM CORAÇÃO
A dor que assola o peito,
Daquele que em si plantou,
Um jardim sem folha e flores
O éden de seus amores,
Um elo que se apartou.
Do foco dos olhos foge,
Ao que se chama visão,
O que os olhos não vêem,
O que os crédulos não crêem,
Forte sente o coração.
As lágrimas rolam na face,
É a saudade chegando,
E junto à farta emoção,
Nos lembram de antemão,
Um tempo que vai passando.
A escala que mede o tempo,
P’ra quem fica é desmedida,
A quem vai junta-se a dor,
Perde a força, aflora o amor,
Um enigma em nossa vida.
Esse tempo que buscamos,
Descortina-se na amplidão.
O que nos trará o futuro?
Pergunta o homem inseguro,
Das coisas de um coração.
Sem apego não há amor,
Sem amor não há prazer.
Sofre quem tem um amor,
Quem não o tem, tem pavor,
De por esse não sofrer.
Fica aqui minha homenagem,
Aos que têm um coração,
Preparado para o amor,
Nunca aptos à chama e dor
E que, não renegam a razão.
Rio, 11 de fevereiro de 2008
Feitosa dos Santos