POEMA ARDENTE


Conta pra mim...
O teu céu é azul, e os
teus pés ardem de frio?

 

Digo-te meu azul

São teus olhos em mim

E o frio, o arrepio

Que percorre meu corpo ao ver-te

A tua poesia é um rio,
e os teus olhos são
de aço, o teu corpo pede
o meu pedaço?

 

Digo-te a palavra é afluente de ti

Engana-te... O frio dos meus olhos

É disfarce... Minha pele pede a tua

Conta pra mim...

 

Digo-te agora, tudo

O que eu não soube dizer

E te magoei...

A tua fome é real, os
teus sonhos ardem de frio?

 

Quero-te numa ânsia verdadeira

Sinto frio... Da saudade de ti...

A tua saliva é um rio,
neste meu corpo azul?

 

Digo-te, meu beijo é afluente em  ti

Depositário do meu desejo em teu corpo

Conta pra mim...

 

Digo-te que teu perdão

Serenou minhas dúvidas... Amo-te!

O teu amor é de papel,
e as tuas palavras ardem de frio?

 

De papel são meus sonhos, longe de ti

Minhas palavras te buscam

 No inverno da distância...

Quero-te por perto... Assim como agora.

A tua pele transpira o meu
gosto, e a tua alma sossega
o meu rio?
Conta pra mim...

 

Eu te conto que a cada encontro

Sou rio, sou palavra, sou paixão

Sou aquele que te busca

Nos questionamentos que fazes

Nas perguntas sem respostas...

O teu amor é desafio,
é por isso que eu te amo
neste poema ardente
que morre... De frio?

LuciAne

Denise Severgnini