Alceu de Messene. Ant. Pal., V.10 (uma recriação).
Odeio o Amor! Que deus pesada besta
poupa e, ao invés, investe em presa mansa?
Pois danos não mereço, embora sofra:
em meu c’ração, Amor seus dardos lança!
Como hei de velejar, se em chamas ardo, 5
e em mar bravio um deus revolto lança-me?
Por que prêmio ele oprime um peito manso?
Que troféu ganha, triunfando, um deus!,
sobre encéfalo humano? Sem que eu saiba,
sobra a quem amo, a quem laurel reclamo! 10
ἐχθαίρω τὸν Ἔρωτα: τί γὰρ βαρὺς οὐκ ἐπὶ θῆρας
ὄρνυται, ἀλλ᾽ ἐπ᾽ ἐμὴν ἰοβολεῖ κραδίην;
τί πλέον, εἰ θεὸς ἄνδρα καταφλέγεί; ἢ τί τὸ σεμνὸν
δῃώσας ἀπ᾽ ἐμῆς ἆθλον ἔχει κεφαλῆς;