Amor Vago,
vago pela veia dolorida
Quero sangue em tinta colorida
num cansaço que não venço
Para pintar em ti meu endereço
em meio à densa ferida
Não esquecerás a avenida
já nem sei mais o que penso.
E tu ficarás sem tropeço
Vais e vens e não te entendo
Amo-te, mas não aprendo
chegas breve e impreciso
As lições do teu aviso
teu amor não compreendo
Leio, fico sempre relendo
nunca tens o que preciso.
Mas no teu desejo deslizo...
O mesmo ardor tresloucado
Deixa meu corpo amargurado
caindo desarvorado
Neste teu fugir alucinado
que se vai sem ser achado...
Que não se deixa ser amado...
Vilma
Denise Severgnini