A DANÇA DO CISNE
Um cisne branco flutua intimista
baila sobre as águas contidas
na lembrança doce da memória
as notas que não foram repetidas.
A sorte esmiuçada pelo vento
que voa com a brisa que balança
escorre feito lágrima dos olhos
do cisne que chora enquanto dança.
Na ponteira do sapato onde ocorre
o bailar que desliza no remanso
é o choro triste que recorre
ao silêncio no último descanso.
Ousadia que ostenta a história
o sol que já se põe no horizonte
defronte ao espelho dessas águas
suspira o amor que houve ontem.
No ontem tão remoto a realeza
da lua molhada pelo pranto
morre o cisne no palco, e de tristeza
grita o amor alheio ao encanto.