A DANÇA DO CISNE

Um cisne branco flutua intimista

baila sobre as águas contidas

na lembrança doce da memória

as notas que não foram repetidas.

A sorte esmiuçada pelo vento

que voa com a brisa que balança

escorre feito lágrima dos olhos

do cisne que chora enquanto dança.

Na ponteira do sapato onde ocorre

o bailar que desliza no remanso

é o choro triste que recorre

ao silêncio no último descanso.

Ousadia que ostenta a história

o sol que já se põe no horizonte

defronte ao espelho dessas águas

suspira o amor que houve ontem.

No ontem tão remoto a realeza

da lua molhada pelo pranto

morre o cisne no palco, e de tristeza

grita o amor alheio ao encanto.

Creusa Lima
Enviado por Creusa Lima em 20/11/2024
Reeditado em 26/11/2024
Código do texto: T8201425
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