Sobre a montanha

Sobre a Montana mais alta que há no mundo

Eu me vejo espalhando meu olhar sobre as coisas

Um olhar espelhado

Como raios

Munido da luz das estrelas

E das escuridões dos buracos negros mais super massivos

Eu vejo o que está claro

E o que está escuro

E sinto saudades das agruras da subida

Da quedas e das vezes que rolei

Como uma pedra louca

Ladeira abaixo...

Da montanha dos meus sonhos

Eu posso ruflar como Ismália

E descer ao mar

E ao mesmo tempo subir ao céu

Sem me machucar

Nem desviver...

Eu sou imortal,

Minhas palavras são apenas gotejamentos

De minha alma obscura

Que vai se revelando

Não do cume

Mas na caminhada sinuosa dessa vida...

Eu já morri muitas vezes

Já fui suicida

Fraticida

Condenado

Queimado

E agora estou aqui

Sobre essa montanha sonhada

Para ver o desabrochar de todas

As flores

E o brilhar em todos os os orvalhos

Dessa luz que se derrama de graça...

Se me é faltado amor,

Então porque o dia amanhece...?

Eu estou em todo lugar

No fundo do abismo

E de lá posso enchergar

O que a montanha não pode me proporcionar,

Nas fossas abissais oceânicas

Dentro do fogo e do gelo

Resistindo às intempéries

Me derretendo,

Me liquifazendo

Me evaporando

Sublimado

Leve subindo aos céus

Descendo aos infernos

Qualquer lugar é meu lar

No palácio ou na sarjeta

Eu sempre vou estar junto comigo

Mesmo sem ter amigos,

Sem ter razão

Não escuridão da loucura

Onde quer que seja,

Cavalo selvagem gosta de correr tortusosamente

E para de repente

E inspira uma boa quantidade desse ar puro...

Onde quer que eu esteja

Eu consigo me por

No cume da montanha

E vejo o mundo

Inundado de amor...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 12/06/2024
Reeditado em 14/06/2024
Código do texto: T8084394
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