Vou para casa

A YGD

Vem ver o velho pai que nunca te esquece

E se aquece com tua lembrança perene em seu coração sofrido...

Presente de corpo ou não

O velho pai está sempre contigo no pensamento do coração

Na alma de sua alma imortal te carrega por onde vai,

Não apenas o corpo, mas seus pensamentos

Que você já deve saber

Quase nunca estão aqui

Mas sempre além,

Muito além do que se pode medir

No entanto sempre cheio de amor

Porque aprendeu amar e se desprender,

Pouco a pouco,

Ainda em processo contínuo

De Escamas,

Como as que Isaías fez cair dos olhos de Paulo,

Feito Saulo, o humilde

E assim o velho pai nesse mesmo processo

Quer deixar ir

As coisas que perduram em sua mente,

Dita doente,

Você sabe,

Você já me viu gritar da escuridão do meu ser

Os berros de dor que me envergam por onde vou... E vou sempre muito mais longe do que os longes Drummondianos,

Você sabe que essa era a palavra que ele mais gostava... Longes...

Mas mesmo perdido nessas brenhas do subconsciente

Nunca esquece o velho pai

De ti, nem de teus irmãos

Que me ensinaram a amar

E depois aprendi o fundamental

A me amar...

Amar a mim mesmo veio depôs de ti amar

Pois veio tu primeiro a me fazer pai

Um velho pai

Sem referências de pai

E aqui estou muito muito muito velho,

Além de minha idade

Tenho eternidades

E em cada uma delas

Onde o tempo não há

Pode ser que eu enlouqueça às vezes

Mas sempre vou voltar,

Eu tenho essa certeza

Meu Amigo me ensinou,

Está Sempre comigo

E você no meu coração sofrido

Fazendo luz nos meus cansados olhos

Desse mundo já sabido

E dentro desses redemoinhos

Acontece o que acontecer

Uma certeza outra também tenho

É a de sempre levar você

No meu coração profundo

Onde os meus pensamentos nunca param de se fazerem homeomorfos entre o que sou desvelado

E o que sou que ninguém pode saber,

Nem eu mesmo,

Você sabe,

Conhece-te a ti mesmo,

Isso nunca para,

O ser se completa na sua incompletude,

Disse nosso Pedagogo maior

E assim,

Me formando nas deformas que sofro,

Nunca te esqueço ,

És uma âncora do meu ser,

Meu princípio cartesiano,

Uma filosofia de jamais esquecer,

Eu sou o velho pai

Sempre com saudades

Saudades ninguém sabe o que é

Mas está em mim

Em relação a você

E sempre vai estar...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 10/06/2024
Reeditado em 10/06/2024
Código do texto: T8083019
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