CABE NUM DIA

(Coletânea "LIVRO ABERTO" - 2024)

CABE NUM DIA

Cabe num dia,

cabe na mão,

os olhos da madrugada

que o sonho pedia.

O sol das manhãs

em dias de verão,

bem alto a sorrir

no pulsar do coração.

Os lábios da tarde

abrem-se sorrindo

num rio sem destino

lentamente a descer

como plumas de aves

num arco-íris lindo;

não se vendo mais nada

que não seja o entardecer.

A noite em doce rosto

rouba ao crepúsculo

o néctar da alucinação

num calor de agosto,

de lava a queimar

que a noite não refresca,

querendo fugir

mas deixando-se ver,

deixando-se amar

com a lua a beber

contornos de luz

para voltar a viver,

e adormecer…

José António de Carvalho
Enviado por José António de Carvalho em 08/06/2024
Código do texto: T8081304
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