Vital

Quem dera o relógio

Apressasse os ponteiros

E diminuísse o espaço

Entre o teu caminhar e o meu.

Eu perderia o prumo.

Alcançaria o gozo mútuo

Dos instantes mais sublimes contigo.

Devaneio é sonhar

Com o dia que a geografia

Romperia o seu castigo

Em nos limitar...

E com ares de contemplação

Eu te prenderia à minha íris

Detalhadamente.

Quisera o desejo

Virar tatuagem

Nos poros do nosso ser

Denso e palpável

Onde as frestas de teus segredos

Seriam minha maior poesia

Teu corpo, minhas linhas...

Quem dera a razão

Pudesse subsistir somente nos risos

A emoção seria vital

Remota chance em ser racional

Diante à tua gigante beleza

Loucura é não se perder

Dentro de tua imensidão.

A verdade é que amar

Lateja nas linhas do peito,

Feito poema vivo;

Adorna o sentimento;

Formoseia o desejo

E presenteia sem apelar

Por ser devidamente belo.

E essa mutualidade do elo

É prazer indescritível.

Uma vez ofertado, enraizado está!

Contudo, sonho

Um dia alcançar...

A rica dádiva de amar e ser amada

Até transbordar.

Brenda Botelho
Enviado por Brenda Botelho em 22/05/2024
Reeditado em 22/05/2024
Código do texto: T8068502
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