ESTAÇÕES
Ah… que bebo a tua alma na chegada
da brisa que envolve os teus cabelos.
Nos teus olhos dou meu perdão à madrugada
que me promete os sonhos mais belos.
Nos teus lábios dilata-se a história do amor…
E a tua língua desliza flagrantemente
de cais em cais até encontrar porto-seguro.
A viagem estelar fica presa nos labirintos
dos sussurros abafados nos teus ouvidos.
Não há morte que se atreva a não matar o desejo
de fazer nascer o dia em longos ápices da noite.
E faz-se dia e noite, manhãs, tardes e madrugadas.
Tudo sem nome e em teu nome, também se chama.
E tudo é primavera a até se fundir num único verão.
Não há outonos esquecidos nem invernos lembrados.
E tudo arde, e nunca é tarde, até a chuva cair na cama…