Almas alvas
Vejo tua alma alva
Enquanto teus olhos irradiam
A alegria de simplesmente encontrar
A mulher que te encanta
Que discretamente observa
Seu largo sorriso de menino fugaz
Você não percebe mas nossas almas
conversam enquanto estamos em silêncio,
Nosso silêncio inocente é uma sinfonia
Shakespeare escreveria poemas de amor
Se nos observasse, ele escreveria sobre
A beleza encantadora do encontro de
Almas alvas, almas fulgurosas, almas antigas.
Drummond ficaria perplexo, ao apreciar
Os movimentos delicados, os arrepios contidos
De almas alvas como uma rosa a desabrochar,
Sim ele se atreveria a compor a mais bela melodia, Sem sequer saber cantar, tomado de admiração
Sim Drummond cantaria comovido com o espetáculo
De duas almas alvas como uma rosa a desabrochar
Você instiga sem pudor o desejo da menina adormecida
Escondida nas vestes da maturidade, no sacrário
Da mulher que contemplas, da mulher que desejas
Bastaria um breve instante no tempo, um único sinal
Para você se render, se deixar levar como quem
Não quer nada, sabendo exatamente o que quer
Você não percebe, mas enquanto seu corpo lateja
Seus olhos irradiam a luz da alegria ao encontrar
A mulher que encanta e sorve seus ímpetos de
Homem menino, que busca palavras, onde só
A poesia, o alento e a plenitude sucedem o sim.
Você não percebe mas nossas almas
conversam enquanto estamos em silêncio,