Pena da poesia
Te fiz poema, música e luta de espadachim
Sonhei acordada, tão encantada
Fiz da pena da caneta a minha espada
Em uma luta que haveria fim
(Por que cravejou ela em mim?)
Fiz até das minhas certezas filosóficas
Um desalento das notas
Como uma música nunca composta
Em uma orquestra ruim
É como quem pagasse para ver um drama
E do nada percebesse que todo aquela trama
Era na verdade uma propaganda
Como uma roupa feita no meu manequim
E precisa de coragem para se ver de novo
Como na poesia, que escrevi com gosto
Como quem agora olha mais um abismo
Das verdades que escondeu de mim
E se a pena: da caneta, da lança ou minha
Se escreve, se ferre ou se auto dissemina
Pudesse em outro intervalo
Não mais transcrever
Eu usaria todas as tintas do mundo
Para escrever todos os textos imundos
E detalhar as mentiras que você diz sobre você
26 de Outubro 2022