O Dedilhar do Passado As palavras gritam no calor das horas, No momento próprio da boca a cama ardente. Semeiam desejos, a voz acende E trás à vontade de chocolate quente. No cair da tarde de uma estação fria Acordo o desejo e sou toda poesia. Vem o frenesi aliciando a razão, O toque na pele aprova o perdão. O passar das mãos na suave veste Trás toda doçura do corpo que se despe, O beijo na flor, o bem-te-vi alado O encanto de se ver acasalado. Banhos de ervas, sais em águas cristalinas, Noite crepuscular e não terminou ainda. A falar com as mãos num ritmo alternado, Notas dedilhadas formam o meu passado.