QUANDO VOCÊ CHEGAR

Mas eu sei que quando, por fim, você chegar

e os nossos corpos se envolverem em um longo abraço

e assim, envoltos, corpo a corpo, em descompasso

e ofegantes, nos ouvirmos respirar

e quando juntos nos dissermos “que saudade!”

e você ouvir o meu teimoso “eu te amo tanto!”

e a sua voz em mim soar como um acalanto

a me dizer não mais que um “eu sei!”, com suavidade

e quando, aos beijos, se juntarem nossas bocas

e nesse instante de querer tão invulgar

botões e zíperes cada mão a procurar

e o momento prescindir de nossas roupas

e quando, enfim, sua resistência for batida

e os nossos corpos se entregarem a esta paixão

e nos amarmos, então sem tino e sem razão

e toda jura de querer for proferida

de haver perdido tempo – e tanto! – compungida

você vai entender que a um querer tão grande assim

não se abdica, não se abre mão, não se dá fim

e por saber-se tão amada, tão querida

desprotegida, vai se enredar nos braços meus

e não vai mais querer ficar sem meu carinho

e nunca mais vai me deixar, assim, sozinho

desarrimado, sem o calor dos beijos seus.

Lucas Carneiro

8ago2014

23h42