Há uma bigorna em minha mente
Há uma bigorna em minha mente
Uma bigorna
Sustentada por um fio inexistente,
Resistente...
Ela balança lentamente vibrante e quente
E enlouquecida a desequilibrar os pés calejados
Que procuram andar sobre uma corrente
Que balança também me fazendo ainda mais descontente...
Estradas retas, caminhos sem fim
Que fazem de mim uma marionete de pensamentos
Sempre violentos que não se formam
Me deixam sempre ausente
Do lugar onde estou
Pois no tentar me equilibrar
Sempre caio novamente no desconhecido
Onde não há luz existente
Há uma bigorna em minha mente...
E a cada passo bêbedo que dou
Vou acho que mais para frente
Pesado de cada erro que se gerou
Me fazendo um desconte em tudo que sou
Querendo me controlar com o peso que meu ser sente
Que balouça os rumos para onde vou
Sem jamais achar o que sou
O ponto de referência onde tudo começou
Eu não sei onde estou
Nenhuma certeza se completou
Nenhuma descoberta me consertou
Nenhum conselho me direcionou...
Há uma bigorna em minha mente
Que declara a cada seu rebuliço
Que tudo em mim pesou
Sem me dar nenhuma chance de ser
Qualquer coisa que meu sono eterno sonhou
Nem as expectativas que apostaram em mim
Me deixando a andar sozinho
Num mundo que não se criou...
Eu ando sobre esses elos espectrais
E me martelo contundente,
Aprumando-me a cada passo que nunca se refaz...
Eu ando sempre para a frente
Com a estridente vontade de apagar
Tudo que ficou para trás...
Há uma bigorna em minha mente...