Há uma bigorna em minha mente

Há uma bigorna em minha mente

Uma bigorna

Sustentada por um fio inexistente,

Resistente...

Ela balança lentamente vibrante e quente

E enlouquecida a desequilibrar os pés calejados

Que procuram andar sobre uma corrente

Que balança também me fazendo ainda mais descontente...

Estradas retas, caminhos sem fim

Que fazem de mim uma marionete de pensamentos

Sempre violentos que não se formam

Me deixam sempre ausente

Do lugar onde estou

Pois no tentar me equilibrar

Sempre caio novamente no desconhecido

Onde não há luz existente

Há uma bigorna em minha mente...

E a cada passo bêbedo que dou

Vou acho que mais para frente

Pesado de cada erro que se gerou

Me fazendo um desconte em tudo que sou

Querendo me controlar com o peso que meu ser sente

Que balouça os rumos para onde vou

Sem jamais achar o que sou

O ponto de referência onde tudo começou

Eu não sei onde estou

Nenhuma certeza se completou

Nenhuma descoberta me consertou

Nenhum conselho me direcionou...

Há uma bigorna em minha mente

Que declara a cada seu rebuliço

Que tudo em mim pesou

Sem me dar nenhuma chance de ser

Qualquer coisa que meu sono eterno sonhou

Nem as expectativas que apostaram em mim

Me deixando a andar sozinho

Num mundo que não se criou...

Eu ando sobre esses elos espectrais

E me martelo contundente,

Aprumando-me a cada passo que nunca se refaz...

Eu ando sempre para a frente

Com a estridente vontade de apagar

Tudo que ficou para trás...

Há uma bigorna em minha mente...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 06/12/2023
Reeditado em 07/12/2023
Código do texto: T7948288
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