Ela
Ela é o brilho da luz que me faz enchergar
Enchergar mais distante de onde posso chegar
Que me faz esquecer a dor de me ser
E conseguir me carregar
Mesmo estando sem forças e com uma fadiga que não é possível mensurar
Ela me faz esquecer quem sou,
Dos erros que vivem a me martelar,
Me humilhando todo só de os lembrar....
Ela mesmo sabendo que sou,
Da dificuldade que tenho em me aceitar
Aleijado de mente
Mesmo assim ela resolveu me amar sem que eu tenha que me explicar
No meu silêncio profundo
Quando desmorona o meu mundo
Ela sabe me amar os cacos que me formam
Numa desforma em que não consigo me concertar,
Que não consigo mais me achar...
E na minha loucura quando estou perdido noutros mundos,
Quando é preciso me amarrar,
Em gritos disformes e sem sentido
A todos a assustar
Em que meus músculos e corpo
Estremecem diante da deformação dos meus pensamentos violentos que na posso controlar,
Ela também sofre,
E eu com toda sorte,
Sem saber, esquecido de mim mesmo,
Ela nunca deixa de me amar...
E quando volto a reconhecer as faces dos meus filhos,
De amigos e o inimigos,
Como se uma gota de luz viesse me visitar,
Ela sempre está lá
Do meu lado
Como se estivesse há muito tempo a me esperar...
Porque me perco de mim mesmo às vezes,
E sem rasão fica apenas instinto a me guiar
Dando trabalho a muita gente que tenta me controlar...
Ela sempre está lá
Não importa por onde eu ande na escuridão que resolveu me tragar
E mesmo perdido, sem saber para onde voltar,
Ela sempre está lá onde eu me reconheça
E outra vez tento me levantar
Fraco de mente
Fraco de amigos
Fraco de mim mesmo
Sem ter nenhuma certeza de que vou me recobrar...
Ela sempre está lá onde eu me encontrar
Com uns abraços e ternos carinhos
Que me conhecem a continuar
Mesmo sem achar o sentido
Mesmo no desabrigo da loucura
Só porque nunca perdi a certeza
De que ela,
Conhecendo minhas fraquezas e segredos inconfessáveis
Mesmo assim resolveu me amar sem que eu tenha que me explicar,
Sem que eu tenha a capacidade de me explicar...